28 de janeiro de 2016

A quem interessa um futebol organizado?

Por que no Brasil tudo tem que ser a "toque de caixa", sem planejamento adequado, nas coxas, como se diz no popular? Pois bem, hoje existe um empasse entre a tal Liga contra a CBF, algo que não é de hoje, quem tem um pouco mais de idade, lembra do Clube dos 13. Primeiramente, futebol bagunçado sempre nos leva aos aproveitadores, e esses não querem nada organizado, é nessa bagunça que se ganha dinheiro, de um lado uns dizem que a bagunça é da CBF outros dizem que a bagunça é oriunda dos clubes, cada um defendendo seus interesses, mas em minha opinião todos são farinha do mesmo saco, ou seja, todos tem culpa, cada um em sua parcela.

Não é de hoje que aparece vários experts com suas teorias de melhorias para o futebol brasileiro, numa época que a transmissão do futebol italiano era uma febre na TV, se dizia que tínhamos que copiar o futebol europeu, só que a questão territorial era o primeiro entrave, somos um país continental e muitos dos dos países europeus são menores que muitos Estados da União, a outra e principal, o fator renda, nossa divisão de renda é muito desigual. 

Os clubes reclamam muito de calendário, muitos jogos, campeonato extenso (na década de 70 era comum o campeonato com 40 clubes em média), tanto que uma panelinha de 12 clubes resolveram criar o Clube dos 13, os 12 mais um do nordeste, o Bahia acabou sendo convidado pois era o clube nordestino com maior evidência na época (em minha opinião), só para dizer que não eram bairrista. Pois, veio a Copa União com os 13 mais 3 convidados, como embrião de um campeonato "bem organizado", mas tudo começou a ruir quando eles mesmos começaram a desrespeitar seus regulamentos, quem não lembra da virada de mesa para evitar o descenso do Fluminense e posteriormente outra para colocar o mesmo Fluminense de volta a primeira divisão? Então clubes, vocês o que plantam, se a panelinha nunca caísse de divisão, tudo estaria as mil maravilhas, mas a diferença orçamentária e principalmente os desmandos administrativos, começaram alguns integrantes~da panelinha a frequentar a segunda divisão, até por mais de uma vez.

De outro lado existe também os interesses da TV, nesse caso da Rede Globo. Lógico que uma emissora deseja expor um número maior de jogos na sua grade, é ótimo para seus patrocinadores, veio o ressurgimento e criação dos regionais, Rio-SP, Copa Sul-Minas, Nordestão etc. Esperava-se muito principalmente do Rio-SP como sucesso de público como no passado, mas o tiro saiu pela culatra, foi um fracasso, apenas o Nordestão foi o regional que obteve sucesso, fortalecendo bastante os clubes da região. Acabou-se os regionais.' Recentemente, os clubes do NE se uniram e forçaram a volta do Nordestão, voltou melhor ainda, um campeonato mais forte tecnicamente, com receitas maiores, principalmente porque outra emissora apostou e comprou o campeonato, a Esporte Interativo, que hoje tenta quebra a hegemonia da Globo no Brasileiro. Com a  formulação de contratos de forma individual, a Globo tenta colocar goela abaixo uma espanholização a todo custo, embora ela desminta. O rateio da grana das transmissões poderiam ser feitos conforme é feito na liga inglesa ou alemão, das que conheço as mais justas.

A CBF e suas federações tem sua cota de responsabilidade, a CBF tinha que ficar responsável apenas pelas seleções e campeonatos de base e as federações com os estaduais, mais curtos com os grandes e longo com os outros clubes pequenos principalmente aqueles que só tem o estadual como exposição. pois são onde estão a esmagadora fatia dos profissionais do futebol.  No caso da formalização de uma liga nacional, respeitando acesso e descenso em todos os níveis, a CBF poderia contratar uma empresa para gerir o campeonato e cobrar apenas um percentual para custeio de suas obrigações, já faladas, o restante seria revertido aos clubes. Solução existe, basta querer fazer, abrir mão de alguns privilégios para o bem de todos, o entrave porém está ai, no Brasil se abrir mão em pró da coletividade é algo muito difícil. 

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