23 de dezembro de 2017

São 30 Anos


 
Passados uma semana de muito trabalho, finalmente tenho condições e um pouco de tempo para escrever. 2017 me reservou nesse final de ano algo muito especial, bem diferente do que foi o atribulado restante do ano para minha pessoa, uma memorável renovação de energias positivas e emotivas, foi o encontro de 30 anos, sim não escrevi errado, não são 30 dias, semanas ou meses, são 30 anos meu amigo, 30 anos (desculpe a redundância) do serviço militar obrigatório, obrigatório para minha pessoa pois não queria servir. Voltando um pouco no tempo, quando infelizmente tive a notícia de que não ficaria livre do serviço militar, me propus a procurar ser o melhor que poderia como soldado, primeiramente internalizando sempre um pensamento positivo que faltavam poucos dias para sair (lembro que o Magno no início ficava intrigado, depois eu acho que ele percebeu que foi positivo para minha pessoa), faltam 320 dias, faltam 250 dias.... e assim por diante, entrei para o pelotão especial da companhia, ralei em diversos acampamentos, que com o tempo se tornavam boas válvulas de escape para a monotonia que o dia a dia no quartel ia se tornando com o passar do tempo, entrei para o curso de cabo, depois desisti, pois em minha cabeça uma coisa era certa, não iria seguir carreira, por favor não quero desencorajar ninguém, apenas vi que para mim não era o que pretendia para meu futuro.

Não quero ficar me aprofundando em minhas experiências como soldado, talvez outro dia possa contar essa história, quero falar da formação de caráter e experiência profissional que aprendemos no serviço militar, aprender a ser companheiro e trabalhar em equipe, esse muito especial pois foi muito importante para minha formação profissional, primeiramente como bancário e hoje aplicado na área de consultoria administrativa, a minha atual atividade. Embora o rigor da disciplina militar as vezes extrapola as vistas do estranho, nós que servimos percebemos o quanto foi importante para cada um de nós, a sua maneira.

Durante o serviço, principalmente devido ao número do contingente de nossa companhia e a diversidade de atividades que cada um participava, era normal a formação de núcleos de amizade, alguns podem falar em "panelinha", mas prefiro falar em núcleos, tinha os dos universitários, tinha os do Pelopes (lembra que falei do pelotão especial), tinha os que não ralavam que trabalhavam na administração da companhia, os da sargenteação (rsss), tinha os da turma do Barreto, sobre esse paro por aqui, as histórias ....deixa para lá (rsss), tinha os pirús, sempre num grupo grande tem de tudo, até os bizonhos*.

Pois bem, voltando aos dias atuais, aos poucos estamos conseguindo reunir o maior número de companheiros dessa época (alguns infelizmente já se foram) e recentemente tivemos um encontro com a participação inédita de alguns, como o colega Lopes, o nosso comediante (quem desejar conhecer seu trabalho clica aqui), Santiago, Paranhos, Da Hora, e outros (me desculpe se esqueci de alguém). Reviver as histórias de cada um, coletivas é algo prazeroso e emocionante, cada um contando o qual foi importante o serviço militar, a troca de experiências é salutar, as adversidades que cada um passou para chegar onde está, mas o importante depois de tantos anos, é conseguir uma interação coletiva que não existia na época do serviço militar, devido as fatores que já contei.

Sei que não iremos parar por aqui, esse foi apenas o meu segundo encontro, mas em cada um percebo que se tornará especial, melhor e principalmente emocionante, pois com o andar dos encontros futuros, novas histórias surgirão. Quero parabenizar os colegas e amigos que tem conseguido ao longo de anos reunir esse grupo especial, e um salve especial a Alvaro e Jorge que já vem algum tempo devotando parte de seu tempo para reunir e propiciar esses encontros maravilhosos regados a muita cerveja principalmente rsss.

Embora não tenha sido voluntário, ao final senti a emoção que o companheirismo daquela época proporcionou, como disse a época nosso Comandante do quartel, "recebi jovens, estou entregando Homens", por isso digo a todo jovem que encontro, o serviço militar ajuda e muito e recomendo.

P.S. "Como Maomé não vai a montanha, a montanha vai a Maomé", aproveitando minha viajem a trabalho a Juazeiro, me encontrei com o colega Vasconcelos, que gentilmente me recepcionou mostrando alguns dos bons bares da região, revivemos parte de algumas histórias e logicamente nos emocionamos muito.


*bizonho é a mistura de algo(ou alguém) que é bizarro e medonho ao mesmo tempo. Aquele teu amigo é bizonho meu amigo.. Ele olha pras pessoas estranho, sei lá..ele me dá medo..