21 de novembro de 2015

Da lama ao caos, do caos à lama, da lama ao ressurgimento.

O dia tão esperado pela torcida tricolor chegou, é hoje, 21 de novembro de 2015 vai ficar marcado na memória de muito tricolor por muito anos, o dia que podemos decretar como o novo "nascimento" do Santa Cruz Futebol Clube, clube recém centenário, mas de grande história no futebol nacional, primeiro clube do nordeste a vencer um clube do sul maravilha, primeiro clube do nordeste a vencer a seleção brasileira, primeiro clube do nordeste a ter um artilheiro do campeonato brasileiro (desde 1971), primeiro clube nacional a ter um artilheiro que fez mais de 20 gols em uma edição de Brasileiro, ambas protagonizadas por Ramon, então amigos esse é um pouco do Santa Cruz, algo que um simples parágrafo não é suficiente para descrever um clube tão amado, simplesmente o Mais Querido.

Aproveitando um trecho de uma música conhecida de um ilustre tricolor, o falecido, não menos esquecido, Chico Science, "da lama ao caos, do caos à lama", um trecho que reflete muito bem o que foram os últimos anos do Santa, embora se complete justamente 10 anos do último acesso a primeira divisão, o Santa já vivia numa "lama", não a lama descrita na música de Chico que retrata o mangue e toda sua biodiversidade que o cerca, problemas financeiros e políticos que se arrastavam com os anos e que eram "esquecidos" quando se conseguia um título, algo que não é exclusivo apenas do Santa Cruz, bem comum em outros clubes grandes pelo Brasil afora. Mas quando o clube entrou num redemoinho que causou quedas sucessivas de divisão nacional, foi ai que a ficha cai, chegávamos ao caos, o fundo do poço, a recém criada série D, que nem a democratização do clube durante esse período nefasto com escolha de seu presidente eleito pelo quadro social foi suficiente para evitar tal queda, até porque se demonstrou que devemos pensar bem em escolher nossos líderes e não escolher apenas por impulso.

Para sair do caos precisava inicialmente conter as brigas políticas, para pensar primeiramente no Santa, foi quando veio Fernando Bezerra que deu o ponta pé inicial com uma reforma estrutural no Arruda, período que até uma simples reforma no gramado atraía torcedor, lembro que lágrimas escorriam quando lia notícias como essa, e eu pensava, "eita torcida arretada". É bem verdade que Fernando não conseguiu tirar o Santa do fundo do poço, mas ao menos colocou uma luz no fim do túnel, devolvendo um sentimento que parecia estar se perdendo, o orgulho de ser Tricolor. E a partir de 2011 o Santa, tão carinhosamente chamado de Santinha começou sua jornada de acesso, cada passo era dado com muita garra e sacrifício, culminando até o gol de Caça Rato contra o Betim, que nos trouxe de volta a série B, saímos do caos e chegávamos a lama de Chico, um habitat que nos permitia dar vôos maiores.

Chega 2015, assume um presidente jovem com idéias antes nunca vista antes no Arruda, apresentando planejamento e principalmente traçando metas, sim metas, oxigenando um departamento que não existia nas bandas da Av Beberibe, o mkt, fazendo o torcedor participar mais do clube, não apenas indo ao jogo, mas sendo peça fundamental da estruturação do clube, sendo sócio. Mesmo disputando apenas dois campeonatos, a diretoria foi ousada, trouxe Grafite e hoje toda essa e outras ousadias podem colher o fruto tão esperado, o acesso a série A, mas para isso precisamos entrar focados como em outros jogos fora do Arruda e como sei que nosso comandante não vai deixar isso faltar, acredito que logo logo estaremos comemorando, chorando e tudo mais que possa imaginar o torcedor fazendo para festejar esse acesso.


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